terça-feira, 30 de março de 2010

Fotos do fim da viagem

A Inglaterra foi meu primeiro e meu último destino!


Pra mim, a maior diferença foi o frio, quando cheguei a Inglaterra pela primeira vez, era um fim de verão atípico na Inglaterra, com as temperaturas bem altas. Agora na volta, cheguei no fim de um inverno rigoroso, com temperaturas bem baixas, ainda por cima pra mim, que estava chegando da praia....


Diferente foi também a minha sensação no país, me senti mais livre, mais dona do meu tempo e do espaço, e é claro mais ambientada, foi quase como estar em casa.


Agora, algumas fotos dos últimos dias da viagem!!


O primeiro destino foi também o último - Inglaterra!!!

Chegnado a Londres

Recepção com típico churrasco inglês (ou seria um hamburger??) e paella :o))

Eu e o Big Ben!!!!

Manifestações em frente a "Parliament House" - casa do parlamento inglês

A casa da rainha - Windsor

Beijos!!!!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Voltando aos poucos a realidade...

Realmente,

a parte mais difícil tem sido a volta e reencontrar os amigos e a família.
Mas aos poucos tudo vai entrando no seu lugar.

Cheguei em Vitória e uma semana depois já fui pra São Paulo, o que foi ótimo, porque reencontrei amigos que tiveram experiência parecida com a minha, pelo menos todos moraram muito tempo fora, acho que nenhum ficou só viajando como eu... mas pela conversa, o choque da volta é o mesmo.
Foi ótimo estar com eles e conversar sobre tudo o que está acontecendo, ouvir os conselhos deles me deu uma nova direção.

Tirei uns dias pra descansar, não fazer nada, e na verdade nem pensar muito na vida. Depois comecei a reler meu blog e meu diário. Então voltei a analisar tudo o que eu fui vivendo ao longo desses 7 meses de viagem, as descobertas de mim e do mundo, as experiências vividas, os encontros e desencontros. Isso tudo tem me ajudado a voltar pra realidade, e a seguir meu caminho.

Agora, de volta a Vitória, é hora de dar mais um passo. Colocar a vida aqui em ordem, reencontrar a todos, procurar emprego, e seguir os novos caminhos que eu escolhi pra mim.

Fazer essas coisas, parar esse tempo, dar essa respirada foi fundamental pra que eu pudesse seguir aqui sem achar que tudo está tão diferente, porque na verdade, nada está tão diferente. Diferente mesmo é a forma como eu enxergo as coisas, como eu lido com a vida, com as pessoas, com os acontecimentos, como eu me enxergo.

Bom, hoje fico por aqui, mas vou continuar colocando ainda os próximos passos, acontecimentos, e sem falta, até o fim dessa semana, eu coloco fotos da última semana na Inglaterra.

Beijos!!!

terça-feira, 16 de março de 2010

A volta pra casa...

Tem 10 dias que eu estou de volta ao Brasil, e estou sentindo como a readaptação é difícil.

Os primeiros dias foram os piores, agora depois de passada a primeira semana, o baque, as coisas estão se encaixando e estou vendo o que realmente acontece na minha vida. Estou vendo o quanto eu realmente mudei, e estou sentindo o quanto essa viagem fez bem pra mim.

Uma das coisas que eu mais entendi esses dias, a maior mudança em mim é a forma como eu enxergo as coisas e a forma como lidar com tudo ao meu redor. Vi também que hoje eu me conheço mais, que os limites que antes eu achava que conhecia bem, hoje são um pouco diferentes, e tudo isso é muito bom pra mim.

Depois de passar uma semana em Vitória, vim passear por uns dias em São Paulo, e está sendo muito bom estar aqui, reencontrar amigos queridos que eu não via há mais de 7 meses. Também foi bom reencontrar alguns amigos em Vitória, e espero poder reencontrar mais outros quando voltar pra lá.

Agora, o próximo passo na minha jornada, está sendo dado. Estou readequando a minha vida às mudanças que eu enxergo e entendo, estou tentando entender como as coisas são e não ficar espantada quando as pessoas dizem que nesses últimos 7 meses nada aconteceu na vida delas, ou muito pouco.
Resolvi seguir por novos caminhos, começar uma vida um pouco diferente e estou trabalhando nisso tudo.

Posso dizer que estou muito feliz em estar de volta, estou feliz com as minhas novas descobertas e desafios.
Esses 7 meses nunca se apagarão da minha memória, fiz, com certeza, a melhor escolha da minha vida, aproveitei bastante e agora é dar início a uma vida diferente aqui no Brasil, melhor e mais consciente de mim e do que acontece a minha volta.

Decidir continuar escrevendo mais um pouco aqui, contar um pouco mais sobre a minha volta, ainda não sei até quando manterei o blog ativo, mas por hora ele continua.

Beijos e até os próximos acontecimentos!!!!

sexta-feira, 12 de março de 2010

210 dias...

210 dias..

... a viagem chegou ao fim e esse é meu último e-mail sobre minhas aventuras e descobertas.

Minha última semana de viagem passei rodeada de amigos, o que me fez lembrar que uma verdadeira amizade independe de distância, espaço, tempo e lugar.

A volta pra casa foi e está sendo um caldeirão borbulhande com diferentes tipos de sentimentos, tem sido algo meio que tumultuado, reencontrar as pessoas tem sido difícil, mas aos poucos vou conseguindo tempo pra tudo.
Estou me vendo no meio de um monte de coisas que eu tenho que fazer e um monte de coisas que eu quero fazer.
Depois de chegar em casa e respirar, tenho conseguido misturar um pouco de tudo e vou deixando os dias passarem e encaixando um pouco de cada de coisa a cada dia.

Nesses poucos dias desde que cheguei, fiquei pensando no quanto eu realmente mudei, e no quanto as coisas por aqui, apesar de não terem mudado, estão diferentes pra mim.
Descobri que me readaptar à rotina, à vida por aqui, é mais difícil do que partir.

Dessa vez não vou escrever muito. O principal que eu tenho a dizer, é que valeu cada instante que passei fora, valeu cada momento que eu vivi, cada pessoa que eu conheci, valeu tudo que eu vi e vivi, nem por um instante eu penso que deveria ou poderia ter sido diferente.

Estou feliz de estar de volta, apesar das confusões na minha cabeça.
Essa viagem teve e sempre vai ter um papel importante na minha vida, e acho que ela cumpriu bem o seu papel, principalmente por ter me mostrado coisas sobre mim que era difícil deu enxergar e por todos os momentos que eu vivi.

Sei que alguns dos meus relatos no blog podem ter assutado alguém, mas na verdade tudo valeu a pena, e como já disse Fernando Pessoa:
"...Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena..."

Até qualquer dia!!
Beijos!!!

ps: ainda volto aqui para escrever um pouco sobre as impressões da volta, colocar algumas fotos que estão faltando e, atendendo a pedidos, escrever sobre outras viagens que já fiz.

quinta-feira, 4 de março de 2010

na Inglaterra novamente

Isso mesmo, depois de quase 7 meses estou de volta ao ponto de partida
dessa viagem!!

Vim da Índia direto pra cá, num vôo bem tranqüilo. Cheguei em
Londres na sexta-feira passada a noite, e vim direto pra Reading,
"minha casa" nesses dias antes de voltar para o Brasil.

Na imigração quando cheguei em Londres, a oficial ao ver meu
passaporte todo carimbado, começou a me perguntar da viagem, sobre os
lugares que eu tinha mais gostado, se continuaria viajando mais e
coisas do tipo, foi até engraçado.

Estou em Reading na casa da Elisa, o tempo por aqui está razoavelmente
agradável, pra eles, pra mim, está bem frio!!! Mas pelo menos não
está chuvendo, e tivemos 2 lindos dias de sol.

Minha rotina tem sido descansar, reencontrar algumas pessoas, e é
claro passear um pouco.

No sábado tivemos aqui uma espécie de churrasco britânico, mas com
um jeitinho espanhol. O churrasco foi hamburgue no grill, e como tava
frio, fizemos dentro de casa... mas foi legal, ficamos conversando e a
Lia, aquela amiga brasileira que viajou um pouco pela Asia comigo,
também veio, foi ótimo reencontra-la!!! No fim do dia, fizemos uma
paella, e aí veio o toque espanhol, porque por lá, elas fazem
churrasco no começo da tarde e a paella no fim, assim ficam todos
reunidos o dia inteiro!!!

No domingo fui almoçar um cozido a portuguesa na casa da Cristina,
amiga portuguesa da Elisa, passamos um agradável dia com ela e a
família dela, adorei!!!!

E como turismo não pode faltar na Inglaterra, um dia fomos, eu e
Elisa, a Windsor. Conhecer a residência oficial da rainha. O Castelo
é lindo, e pudemos entrar. Visitamos algumas partes internas, a casa
de bonecas e a igreja onde antigos reis e rainhas estão enterrados. A
cidade de Windsor também é uma graça, adorei o passeio!!!
Voltei também um dia a Londres, uma Londres mais fria, mas igualmemte
encantadora. Um lugar que merece ser visitado e revisitado. E em
épocas diferentes do ano, é possível ver as diferentes cores da
cidade, as estações do ano passando... adorei o novo passeio na
cidade, pude vê-la de uma forma diferente.

Agora, estou arrumando a mochila... a viagem está no seu fim, sábado
aporto novamente em Vitória, e não sei ao certo como as coisas serão
daqui pra frente.
O certo, é que vou viver um dia de cada vez, aproveitando os dias e
sempre em busca de novas aventuras!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Amigos

As pessoas entram na nossa vida, assim, meio que por acaso, e derrepente a gente se da' conta da importancia delas na nossa vida, nesse momento vemos que essas pessoas se tornaram amigas.

Nao existe uma formula para se fazer amigos. Nao temos como definir quanto tempo uma pessoa leva para ser nosso amigo. Isso varia conforme o jeito das pessoas, o momento em que estamos passando. O importante e' reconhecermos nossos amigos e valoriza-los.

Em homenagem a todos os meus amigos. Aos amigos de infancia, que nunca sairam da minha vida, e aqueles que sairam e voltaram. Aos amigos que deixei no Brasil e vou reencontrar. Aos amigos que moram espalhados pelo mundo, que pude reencontrar ou nao. Aos amigos que fui fazendo ao londo da vida e aqueles que fiz ao longo desses 7 meses rodando por ai.

Uma musica da minha infancia, pra gente lembrar que podemos ser crianca sempre, so' depende de no's!!!

"Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
-Parece meio estranho, heim!
-Rum!
Também um bico de pato
E um jeitão de sabiá...

Mas se é amigo
Não precisa mudar
É tão lindo
Deixa assim como está
E eu adoro, adoro
Difícil é a gente explicar
Que é tão lindo...

Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
-E orelhas de camelo, né tio?
-É!
Mas se é amigo de fato
A gente deixa como ele está...

É tão lindo!
Não precisa mudar
É tão lindo!
É tão bom se gostar
E eu adoro!
É claro!
Bom mesmo é a gente encontrar
Um bom amigo...

São os sonhos verdadeiros
Quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme...

É tão lindo!
Não precisa mudar
É tão lindo!
Deixa assim como está
E eu adoro e agora
Eu quero poder lhe falar
Dessa amizade que nasceu
Você e eu!
Nós e você!
Vocês e eu!
E é tão lindo!...

-Tio!
-Heim!
-É legal ter um amigo, né?
-É maravilhoso
Mesmo que ele tenha
Bigodes de foca
E até um nariz de tamanduá
-E orelhas de camelo tio, lembra?
-Orelhas de camelo?
-É tio!
-É mesmo, orelhas de camelo!
Mas é um amigo, não é?
-É!
-Então não se deve mudar!
"

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Índia

Hoje é meu último dia nesse louco país.
No total, sem contar com os dias passados no encantador Nepal, fiquei 1 mês e meio mais ou menos por aqui.

Hoje, depois de ter passado por 12 diferentes cidade pela Índia, e diferentes mesmo, porque com tantas similaridades todas elas conseguem ser bem diferentes entre si, eu tenho a minha impressão geral sobre o país, que na verdade é mais sobre o norte da Índia, já que todos dizem que o norte e o sul do país são bem diferentes.
Cheguei a Índia em Calcuta, a cidade mais esquisita que eu já vi na minha vida. Cidade grande, cheia de gente, suja, sem cuidado e muito poluída, um espanto pra qualquer um, e pra mim foi grande o choque, depois me dei conta que eu já estava muito acostumada com a Tailândia, por isso o choque foi tão grande. E mesmo sabendo que tudo seria muito diferente, não tem como se preparar para chegar a Calcuta até você chegar e ver a cidade. De Calcuta segui para Varanasi, cidade banhada pelo Ganges e cheia de cultura indiana. Mas também foi outro espanto! Deu para aproveitar um pouco, mas como ainda não estava acostumada com as pessoas me olhando o tempo todo, falando de mim o tempo todo, acabou que eu estava sempre preocupada com o redor. Foi então quando resolvi seguir para o Nepal logo, para poder me acostumar melhor com tudo aquilo e conseguir aproveitar a Índia.
Na volta para a Índia parei em Delhi, capital do país e cidade grande, suja e sem muito o que ver, pouco turística... passei só um dia por lá e segui para Agra. Agra também é uma cidade com a sujeira espalhada por todos os cantos, então comecei a achar que aquilo era algo normal. E na verdade é. Depois de todo esse tempo eu digo que não vi nenhuma lata de lixo em nenhuma cidade que eu estive. As pessoas jogam tudo pelo chão, sem nenhum tipo de preocupação, isso é normal pra eles. Tentei não colaborar com a sujeira geral do país, mas é difícil.
Em uma das muitas viagens de uma cidade para a outra, paramos em um lugar para comer, comprei um biscoito, quando terminei, como não achei uma lixeira, pedi para o dono da vendinha jogar fora, ele pegou e jogou pela janela...
Em Agra foi o primeiro lugar que eu consegui aproveitar a cidade, andar pelas ruas e de noite comer em outro lugar que não fosse o restaurante do Hotel/Guest House que eu estava hospedada.
De Agra fui para Fatherpu Sikri, cidade pequena, e uma zona, como todas as outras. Lá, como é uma cidade bem turística, sem muito o que fazer, era facil ver como o indiano sempre faz alguma coisa para tentar tirar dinheiro dos turistas. Chegam com uma história que são estudantes, que não querem dinheiro, só mostrar a cidade... como eu já havia ouvido as histórias, não dei bola, cortei logo, mas a verdade é que depois de toda a "hospitalidade" e "ajuda", eles vem pedir algo. Ou dinheiro para ajudar a família, ou o ticket de entrada do palácio, dizem eles que é para a escola, mas a verdade é que é para vender para algum turista desavisado, ou para o guia de um grupo de turistas... e isso acontece em várias cidades da Índia. Se vierem pra cá, não caiam na conversa dos "estudantes", por favor!!!!
O próximo destino foram as cidades do Rajastão, lá eu fui a Jaipur, Jaisalmer, Jodhpur, Pushkar e Udaipur. O Rajastão é uma área com uma cultura diferente do resto da Índia, os saris das mulheres são um pouco diferentes, as danças típicas são bem diferentes, as cidades não são tão sujas, então é possivel ver suas cores e belezas mais facilmente.
O povo do Rajastão é mais simpático, mais educado, é uma área que, apesar de ser árida e ter o deserto indiano, é mais rica, vive bastante do turismo local e do turismo estrangeiro. O Rajastão foi onde achei as cidades que mais gostei, foi onde eu consegui aproveitar mais a Índia, conversar mais com as pessoas e entender mais das diferenças locais.
Lá, perguntei sobre a história do filme "Quem quer ser um milionário", se o filme tinha exagerado ou se aquilo acontecia na Índia mesmo. O rapaz que eu perguntei me disse que ele retrata bem a realidade das favelas de Mumbai, sem exageros. Ele disse que ele sabe disso porque a sua família é originaria de Mumbai, se mudaram para o Rajastão para fugir daquela vida e poder ter uma vida melhor.
Enquanto eu estava no Rajastão, eu também perguntei porque era tão difícil ver mulheres trabalhando. E as respostas que eu tive foram as mesmas, que mulher na Índia não pode trabalhar, tem que cuidar da casa. Só nas cidades grande, onde as pessoas são mais liberais, que as mulheres trabalham.
Mas eu percebi que na parcela realmente pobre da Índia, aquelas pessoas que pegam no trabalho pesado das contruções, é mais fácil ver mulheres trabalhando do que homens, porque?? Ninguém quis me responder, dizeram simplesmente que é assim...
Do Rajastão segui para Goa, com uma rápida passagem por Mumbai, a maior cidade da Índia, e a maior cidade do Mundo também. Como Delhi, Mumbai não é um lugar turístico, mas com algumas coisas interessantes para ver.
Em Mumbai foi onde eu vi a primeira mulher indiana sem um sari, vi mulheres organizando e trabalhando em um evento em prol a uma instituição de combate ao cancer, e mandando nos homens, abertamente!
E Mumbai me mostrou mais uma vez a tal "hospitalidade" indiana. E pra quem acha que taxista no Rio de Janeiro é safado e engana os turistas, vem pra Índia e anda de taxi em Mumbai ou em qualquer outra grande cidade, eles são mestre em enganar os turístas, se a gente não ficar esperto paga o dobro e até 4 vezes mais que o valor real, eles fazem na cara de pau, e ainda saem rindo na sua frente. Aqui na Índia vários taxistas tentaram me enganar, um, em Calcuta, foi embora com a metade do meu troco, deu a desculpa que ia trocar dinheiro e nunca mais voltou. O outro, em Mumbai, não ligou o taximetro e queria me cobrar 200 rúpias (rúpia é o nome do dinheiro na Índia) para um percurso que teria dado umas 30 rúpias, dei 50 pra ele, ele reclamou um pouco, depois riu e foi embora. Em Mumbai também, outro taxista quis me dizer que o taxímetro marca os minutos, e não o valor, queria me cobrar 800 rúpias sendo que tinha dado 400, como eu não tinha trocado, dei uma nota de 500 rúpias e saí andando, ele ameaçou um escandalo, como eu não dei bola, ele foi embora e ainda buzinou pra mim... e no Rio de Janeiro é que os caras são "esperto"...
Felizmente nem todos são assim. Preferi andar de rickshaw, ou a motor ou guiados por bicicletas, comuns em pequenas cidades no norte. Eles são mais simpáticos, menos aproveitadores, mais pobres. Tive conversas interessantes com alguns que falavam inglês, outros só conseguiam entender o destino final...

De Mumbai fui para Goa, o estado mais diferente que encontrei na Índia.
Goa foi um dos poucos lugares colonizado pelos portugueses, então é fácil ver igrejas cristãs pelas vilas, onde o sino toca a cada hora e aos domingos chama para as missas. Goa é conhecido como o estado das festas na Índia, praticamente tudo é liberado e os lugares não fecham as 23:30. E por lá dá muito turista, tanto estrangeiro como indiano que vai fugir do conservadorismo do país. A praia é limpa, o caminho pra praia tem lixo por todos os lugares, mas a praia é limpa, de águas agradáveis. As ruas em Goa não são sujas e lá foi o primeiro lugar que eu consegui relaxar realmente na Índia, sem me preocupar com nada, sem ter gente me olhando o tempo todo, sem problema com o tipo de roupa que eu estava vestindo.

Durante o tempo que eu estive pela Índia sempre preferi conversar com as crianças, elas são sempre agradáveis, sorriem pra você a todo tempo e muitas vezes querem tocar em você, por ser tão diferente. Elas pedem pra gente tirar fotos delas só para se verem em uma foto. O Sari que eu tinha ganho em Jodhpur, dei para uma menina muito simpática que eu conheci em Udaipur. Ela é pobre, estava trabalhando, lavando roupa no lago, ao invés de ir para a escola. Conversamos um pouco, e como eu não iria fazer nada com aquele sari, achei melhor utilidade, e a menina ficou muito feliz.
O homens tentam conversar com os estrangeiros também, principalmente as mulheres, mas o melhor é não dar bola e não aceitar os convites, uma vez que a impressão que eles tem, é que as mulheres ocidentais são como as do filme, fáceis, e eles podem fazer o que quiserem.
As mulheres, quando falam com os estrangeiros, são simpáticas também, e elas muitas vezes falam só para pedir uma foto com você ou para poder tocar em você.
Igual nós, estrangeiros queremos tirar fotos das indianas vestidas de sari, os indianos querem tirar nossas fotos, mas eles querem tirar fotos com a gente. Alguns pedem, outros simplesmente param do seu lado e um outro tira a foto, no susto mesmo... quando eu percebia que isso acontecia eu colocava a mão na frente do rosto, mas quando eles pediam pra tirar a foto, eu deixava, sem problemas.

Me perguntaram das castas, mas isso é algo difícil de se identificar por aqui. Andando pelas ruas não é fácil de saber.

Infelizmente a Índia é um país com muita poluição atmosférica, mas em alguns lugares eu pude ver algumas mudanças, como os green richshaws, espécie de tuk-tuk do sudeste asiático. Carros que não usam combustível, são abastecidos de energia elétrica. Mas essas mudanças ainda são poucas e quase que isoladas pela Índia.

A minha impressão final da Índia, não foi a das melhores, foi o país que eu passei onde as pessoas mais tentam tirar proveito de você, não chega a ser tão perigoso se você estiver com homens ou com indianos, mas se estiver sozinha, não recomendo sair a noite. Se encontrar as pessoas certas, a gente consegue ter agradáveis conversas, mas a maioria é simpática porque quer fazer algo para tirar dinheiro de você. A maioria dos homens, quando vêem uma mulher sozinha, já querem se aproveitar dela. O trânsito é um caos, não existem leis de trânsito, mas incrivelmente os ônibus interestaduais chegam no horário. Se você não quiser viajar de trem, que cobrem quase todo o país, e no geral são seguros, compre os ônibus turísticos, que são confortáveis. Mas se certifique que são realmente turísticos.
O indiano não é capaz de dizer que não sabe, quando você faz uma pergunta, então o bom é perguntar para mais de uma pessoa, e nunca fazer perguntas do tipo: "É pra lá o lugar tal?", pergunte para onde fica o lugar que você quer ir.
No geral, a Índia não é um país perigoso, dento os devidos cuidados, usando roupas adequadas, não saindo a noite sozinha, nada de acontece.
O país é realmente barato. Não recomendo comprar roupas, porque elas são de baixa qualidade, mas pode-se comprar muita coisa e gastar pouco. Sempre barganhe o preço, o problema não é porque você é turista, o problema é porque é cultural, eles criam um relacionamento com o cliente, por isso tem que barganhar sempre o preço. É claro que turista sempre vai pagar mais do que local, mas não aceite o primeiro preço, porque eles são uma fortuna, e os indianos gostam desse jogo da barganha.
Não pense em achar na Índia exposição de algum pintor europeu famoso ou algo do tipo, mas vá aos muitos museus de cultura indiana, espalhados em quase todas as cidades. Filmes de bollywood estão em todos os canais de TV, normalmente em hindi, mas alguns tem legenda em inglês, se achar algum, veja e ria!
Uma coisa que me aborreceu, é o quão mais caro um turista paga para ir a um museu indiano, em relação a um indiano, o disparate de preço é enorme, no fim, eu só estava indo a lugares que eram de graça.
A comida indiana, quando feita sem muita pimenta é boa, então se achar algum lugar aproveite, comi currys aqui sem muita pimenta, deliciosos. O dal é um dos meus pratos favoritos da culinária indiana, é uma espécie de sopa de lentilha, quando se come com o arroz byriani, fica uma delicia. O difícil pra mim, na maioria das vezes era comer a comida toda, porque mesmo pedindo sem pimenta, o prato é apimentado... é o gosto deles, eles nunca acham que tem muita pimenta na comida.

Na Índia tem templo para todos os lados, esqueça a sujeira do chão, tire os sapatos e visite muitos, tanto templos hindus como budistas, alguns chegam realmente a impressionar, outros tem lindas histórias. E uma coisa me impressionou, budistas, hinduístas e muçulmanos convivem bem na Índia. Não vi problemas quanto a isso.

Bom, tirando a desorganização e sujeira geral do país, consegui aproveitar algumas cidades. Pushkar foi a cidade que mais gostei, gente de todos os tipos, indianos ou não, vivendo em harmonia, recomendo a todos.
Udaipur é a cidade mais linda que eu estive na Índia, com pessoas agradáveis, lugares agradáveis, limpa!!!
Apesar do choque e da sujeira, ir a Varanasi é indispensável, ver os indianos tomando banho se se benzendo no Ganges é algo único. Visite todos os templos da cidade, os hindus e os budistas, eles são muito diferentes entre si, mesmo sendo da mesma religião.

E importante, para vir para a Índia, tem que deixar a frescura em casa, trazer seu saco de dormir, não ligar para as pessoas te olhando todo o tempo e aproveitar o máximo.
Se eu volto um dia a Índia, eu não sei... talvez para conhecer lugares que tive vontade e não deu tempo nessa viagem, talvez não, o mundo é tão grande e tem tantos lugares que eu quero conhecer...