quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Índia

Hoje é meu último dia nesse louco país.
No total, sem contar com os dias passados no encantador Nepal, fiquei 1 mês e meio mais ou menos por aqui.

Hoje, depois de ter passado por 12 diferentes cidade pela Índia, e diferentes mesmo, porque com tantas similaridades todas elas conseguem ser bem diferentes entre si, eu tenho a minha impressão geral sobre o país, que na verdade é mais sobre o norte da Índia, já que todos dizem que o norte e o sul do país são bem diferentes.
Cheguei a Índia em Calcuta, a cidade mais esquisita que eu já vi na minha vida. Cidade grande, cheia de gente, suja, sem cuidado e muito poluída, um espanto pra qualquer um, e pra mim foi grande o choque, depois me dei conta que eu já estava muito acostumada com a Tailândia, por isso o choque foi tão grande. E mesmo sabendo que tudo seria muito diferente, não tem como se preparar para chegar a Calcuta até você chegar e ver a cidade. De Calcuta segui para Varanasi, cidade banhada pelo Ganges e cheia de cultura indiana. Mas também foi outro espanto! Deu para aproveitar um pouco, mas como ainda não estava acostumada com as pessoas me olhando o tempo todo, falando de mim o tempo todo, acabou que eu estava sempre preocupada com o redor. Foi então quando resolvi seguir para o Nepal logo, para poder me acostumar melhor com tudo aquilo e conseguir aproveitar a Índia.
Na volta para a Índia parei em Delhi, capital do país e cidade grande, suja e sem muito o que ver, pouco turística... passei só um dia por lá e segui para Agra. Agra também é uma cidade com a sujeira espalhada por todos os cantos, então comecei a achar que aquilo era algo normal. E na verdade é. Depois de todo esse tempo eu digo que não vi nenhuma lata de lixo em nenhuma cidade que eu estive. As pessoas jogam tudo pelo chão, sem nenhum tipo de preocupação, isso é normal pra eles. Tentei não colaborar com a sujeira geral do país, mas é difícil.
Em uma das muitas viagens de uma cidade para a outra, paramos em um lugar para comer, comprei um biscoito, quando terminei, como não achei uma lixeira, pedi para o dono da vendinha jogar fora, ele pegou e jogou pela janela...
Em Agra foi o primeiro lugar que eu consegui aproveitar a cidade, andar pelas ruas e de noite comer em outro lugar que não fosse o restaurante do Hotel/Guest House que eu estava hospedada.
De Agra fui para Fatherpu Sikri, cidade pequena, e uma zona, como todas as outras. Lá, como é uma cidade bem turística, sem muito o que fazer, era facil ver como o indiano sempre faz alguma coisa para tentar tirar dinheiro dos turistas. Chegam com uma história que são estudantes, que não querem dinheiro, só mostrar a cidade... como eu já havia ouvido as histórias, não dei bola, cortei logo, mas a verdade é que depois de toda a "hospitalidade" e "ajuda", eles vem pedir algo. Ou dinheiro para ajudar a família, ou o ticket de entrada do palácio, dizem eles que é para a escola, mas a verdade é que é para vender para algum turista desavisado, ou para o guia de um grupo de turistas... e isso acontece em várias cidades da Índia. Se vierem pra cá, não caiam na conversa dos "estudantes", por favor!!!!
O próximo destino foram as cidades do Rajastão, lá eu fui a Jaipur, Jaisalmer, Jodhpur, Pushkar e Udaipur. O Rajastão é uma área com uma cultura diferente do resto da Índia, os saris das mulheres são um pouco diferentes, as danças típicas são bem diferentes, as cidades não são tão sujas, então é possivel ver suas cores e belezas mais facilmente.
O povo do Rajastão é mais simpático, mais educado, é uma área que, apesar de ser árida e ter o deserto indiano, é mais rica, vive bastante do turismo local e do turismo estrangeiro. O Rajastão foi onde achei as cidades que mais gostei, foi onde eu consegui aproveitar mais a Índia, conversar mais com as pessoas e entender mais das diferenças locais.
Lá, perguntei sobre a história do filme "Quem quer ser um milionário", se o filme tinha exagerado ou se aquilo acontecia na Índia mesmo. O rapaz que eu perguntei me disse que ele retrata bem a realidade das favelas de Mumbai, sem exageros. Ele disse que ele sabe disso porque a sua família é originaria de Mumbai, se mudaram para o Rajastão para fugir daquela vida e poder ter uma vida melhor.
Enquanto eu estava no Rajastão, eu também perguntei porque era tão difícil ver mulheres trabalhando. E as respostas que eu tive foram as mesmas, que mulher na Índia não pode trabalhar, tem que cuidar da casa. Só nas cidades grande, onde as pessoas são mais liberais, que as mulheres trabalham.
Mas eu percebi que na parcela realmente pobre da Índia, aquelas pessoas que pegam no trabalho pesado das contruções, é mais fácil ver mulheres trabalhando do que homens, porque?? Ninguém quis me responder, dizeram simplesmente que é assim...
Do Rajastão segui para Goa, com uma rápida passagem por Mumbai, a maior cidade da Índia, e a maior cidade do Mundo também. Como Delhi, Mumbai não é um lugar turístico, mas com algumas coisas interessantes para ver.
Em Mumbai foi onde eu vi a primeira mulher indiana sem um sari, vi mulheres organizando e trabalhando em um evento em prol a uma instituição de combate ao cancer, e mandando nos homens, abertamente!
E Mumbai me mostrou mais uma vez a tal "hospitalidade" indiana. E pra quem acha que taxista no Rio de Janeiro é safado e engana os turistas, vem pra Índia e anda de taxi em Mumbai ou em qualquer outra grande cidade, eles são mestre em enganar os turístas, se a gente não ficar esperto paga o dobro e até 4 vezes mais que o valor real, eles fazem na cara de pau, e ainda saem rindo na sua frente. Aqui na Índia vários taxistas tentaram me enganar, um, em Calcuta, foi embora com a metade do meu troco, deu a desculpa que ia trocar dinheiro e nunca mais voltou. O outro, em Mumbai, não ligou o taximetro e queria me cobrar 200 rúpias (rúpia é o nome do dinheiro na Índia) para um percurso que teria dado umas 30 rúpias, dei 50 pra ele, ele reclamou um pouco, depois riu e foi embora. Em Mumbai também, outro taxista quis me dizer que o taxímetro marca os minutos, e não o valor, queria me cobrar 800 rúpias sendo que tinha dado 400, como eu não tinha trocado, dei uma nota de 500 rúpias e saí andando, ele ameaçou um escandalo, como eu não dei bola, ele foi embora e ainda buzinou pra mim... e no Rio de Janeiro é que os caras são "esperto"...
Felizmente nem todos são assim. Preferi andar de rickshaw, ou a motor ou guiados por bicicletas, comuns em pequenas cidades no norte. Eles são mais simpáticos, menos aproveitadores, mais pobres. Tive conversas interessantes com alguns que falavam inglês, outros só conseguiam entender o destino final...

De Mumbai fui para Goa, o estado mais diferente que encontrei na Índia.
Goa foi um dos poucos lugares colonizado pelos portugueses, então é fácil ver igrejas cristãs pelas vilas, onde o sino toca a cada hora e aos domingos chama para as missas. Goa é conhecido como o estado das festas na Índia, praticamente tudo é liberado e os lugares não fecham as 23:30. E por lá dá muito turista, tanto estrangeiro como indiano que vai fugir do conservadorismo do país. A praia é limpa, o caminho pra praia tem lixo por todos os lugares, mas a praia é limpa, de águas agradáveis. As ruas em Goa não são sujas e lá foi o primeiro lugar que eu consegui relaxar realmente na Índia, sem me preocupar com nada, sem ter gente me olhando o tempo todo, sem problema com o tipo de roupa que eu estava vestindo.

Durante o tempo que eu estive pela Índia sempre preferi conversar com as crianças, elas são sempre agradáveis, sorriem pra você a todo tempo e muitas vezes querem tocar em você, por ser tão diferente. Elas pedem pra gente tirar fotos delas só para se verem em uma foto. O Sari que eu tinha ganho em Jodhpur, dei para uma menina muito simpática que eu conheci em Udaipur. Ela é pobre, estava trabalhando, lavando roupa no lago, ao invés de ir para a escola. Conversamos um pouco, e como eu não iria fazer nada com aquele sari, achei melhor utilidade, e a menina ficou muito feliz.
O homens tentam conversar com os estrangeiros também, principalmente as mulheres, mas o melhor é não dar bola e não aceitar os convites, uma vez que a impressão que eles tem, é que as mulheres ocidentais são como as do filme, fáceis, e eles podem fazer o que quiserem.
As mulheres, quando falam com os estrangeiros, são simpáticas também, e elas muitas vezes falam só para pedir uma foto com você ou para poder tocar em você.
Igual nós, estrangeiros queremos tirar fotos das indianas vestidas de sari, os indianos querem tirar nossas fotos, mas eles querem tirar fotos com a gente. Alguns pedem, outros simplesmente param do seu lado e um outro tira a foto, no susto mesmo... quando eu percebia que isso acontecia eu colocava a mão na frente do rosto, mas quando eles pediam pra tirar a foto, eu deixava, sem problemas.

Me perguntaram das castas, mas isso é algo difícil de se identificar por aqui. Andando pelas ruas não é fácil de saber.

Infelizmente a Índia é um país com muita poluição atmosférica, mas em alguns lugares eu pude ver algumas mudanças, como os green richshaws, espécie de tuk-tuk do sudeste asiático. Carros que não usam combustível, são abastecidos de energia elétrica. Mas essas mudanças ainda são poucas e quase que isoladas pela Índia.

A minha impressão final da Índia, não foi a das melhores, foi o país que eu passei onde as pessoas mais tentam tirar proveito de você, não chega a ser tão perigoso se você estiver com homens ou com indianos, mas se estiver sozinha, não recomendo sair a noite. Se encontrar as pessoas certas, a gente consegue ter agradáveis conversas, mas a maioria é simpática porque quer fazer algo para tirar dinheiro de você. A maioria dos homens, quando vêem uma mulher sozinha, já querem se aproveitar dela. O trânsito é um caos, não existem leis de trânsito, mas incrivelmente os ônibus interestaduais chegam no horário. Se você não quiser viajar de trem, que cobrem quase todo o país, e no geral são seguros, compre os ônibus turísticos, que são confortáveis. Mas se certifique que são realmente turísticos.
O indiano não é capaz de dizer que não sabe, quando você faz uma pergunta, então o bom é perguntar para mais de uma pessoa, e nunca fazer perguntas do tipo: "É pra lá o lugar tal?", pergunte para onde fica o lugar que você quer ir.
No geral, a Índia não é um país perigoso, dento os devidos cuidados, usando roupas adequadas, não saindo a noite sozinha, nada de acontece.
O país é realmente barato. Não recomendo comprar roupas, porque elas são de baixa qualidade, mas pode-se comprar muita coisa e gastar pouco. Sempre barganhe o preço, o problema não é porque você é turista, o problema é porque é cultural, eles criam um relacionamento com o cliente, por isso tem que barganhar sempre o preço. É claro que turista sempre vai pagar mais do que local, mas não aceite o primeiro preço, porque eles são uma fortuna, e os indianos gostam desse jogo da barganha.
Não pense em achar na Índia exposição de algum pintor europeu famoso ou algo do tipo, mas vá aos muitos museus de cultura indiana, espalhados em quase todas as cidades. Filmes de bollywood estão em todos os canais de TV, normalmente em hindi, mas alguns tem legenda em inglês, se achar algum, veja e ria!
Uma coisa que me aborreceu, é o quão mais caro um turista paga para ir a um museu indiano, em relação a um indiano, o disparate de preço é enorme, no fim, eu só estava indo a lugares que eram de graça.
A comida indiana, quando feita sem muita pimenta é boa, então se achar algum lugar aproveite, comi currys aqui sem muita pimenta, deliciosos. O dal é um dos meus pratos favoritos da culinária indiana, é uma espécie de sopa de lentilha, quando se come com o arroz byriani, fica uma delicia. O difícil pra mim, na maioria das vezes era comer a comida toda, porque mesmo pedindo sem pimenta, o prato é apimentado... é o gosto deles, eles nunca acham que tem muita pimenta na comida.

Na Índia tem templo para todos os lados, esqueça a sujeira do chão, tire os sapatos e visite muitos, tanto templos hindus como budistas, alguns chegam realmente a impressionar, outros tem lindas histórias. E uma coisa me impressionou, budistas, hinduístas e muçulmanos convivem bem na Índia. Não vi problemas quanto a isso.

Bom, tirando a desorganização e sujeira geral do país, consegui aproveitar algumas cidades. Pushkar foi a cidade que mais gostei, gente de todos os tipos, indianos ou não, vivendo em harmonia, recomendo a todos.
Udaipur é a cidade mais linda que eu estive na Índia, com pessoas agradáveis, lugares agradáveis, limpa!!!
Apesar do choque e da sujeira, ir a Varanasi é indispensável, ver os indianos tomando banho se se benzendo no Ganges é algo único. Visite todos os templos da cidade, os hindus e os budistas, eles são muito diferentes entre si, mesmo sendo da mesma religião.

E importante, para vir para a Índia, tem que deixar a frescura em casa, trazer seu saco de dormir, não ligar para as pessoas te olhando todo o tempo e aproveitar o máximo.
Se eu volto um dia a Índia, eu não sei... talvez para conhecer lugares que tive vontade e não deu tempo nessa viagem, talvez não, o mundo é tão grande e tem tantos lugares que eu quero conhecer...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fotos de Goa

Algumas fotos de Goa pra voces...

a vila de Arambol:




As igrejas em Goa:





Elas sao patrimonia historico, raridade na India:


Um indiano rezando:


Os templos hinduistas em Goa:



O onibus indo para Panaji, capital de Goa:


o caminho para a praia em Arambol:


o outro lado:


a praia:





quando a policia ameaca aparecer, eles correm para tirar as sombrinhas da praia:



sim, tem vacas na praia tambem:


o por do sol em Arambol:


E' isso mesmo, os bares nao pagam para colocar as sombrinhas na areia, assim quando a policia ameaca aparecer, eles vem tirando as sombrinhas da areia, sem dar muita explicacao aos turistas... sim, de tudo acontece por aqui, o jeito e' rir, senao a gente nao aproveita, rsrsrs.

Beijos e ate' a proxima noticias, de Mumbai ou ja' da Inglaterra!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Goa

Goa e' um dos estados indianos que foi colonizado por Portugal.
Por causa disso aqui e' bem diferente do resto da India.

Cheguei aqui na quinta-feira pela manha, achei um lugar para ficar e estou curtindo os dias e relaxando.

Por causa da colonizacao portuguesa e' muito facil achar igrejas catolicas em Goa, e ate' indianos catolicos, isso mesmo, muito diferente...
As mulheres indianas aqui usam sari, mas nem todas, algumas usam um longe vestido, que cobre os ombros e nao marca o corpo, e pronto!
Nos, as estrengeiras, podemos usar a roupa normal que usamos em nosso pais, inclusive, tenho ido a praia de biquini, e ninguem fica te olhando o tempo, prestando atencao em como voce esta' vestida ou nao.
Mas em Goa tambem existem templos hindus e vacas pelas ruas e praias.

A praia que eu escolhi ficar em Goa se chama Arambol, pela vila no norte de Goa. A vila e' meio que uma mistura de roca com praia, ou praia com roca... o que voces preferirem, rsrsrs
Ela e' bem pequena, tem praticamente duas ruas, que sao limpas. Tem 2 igrejas, uma eu vi que e' catolica, a outra nao consegui definir. Tem um templo induista e muito mais turista do que nativo.
A rua principal da parte turistica da cidade e' cheia de bares, restaurantes, guest houses e loginhas vendendo de tudo, principalmente coisas de praia, como canga e biquini, aquele estilo europeu, e' claro, mas vendem biquinis.

Meus dias em Goa tem sido para relaxar e desestressar do caos da India. Aqui tem algumas motos pela rua e quase nao se ve carros. O povo nao fica em cima de voce oferecendo coisas o tempo todo e nem tentando puxar papo para depois de oferecer algo.
Passo boa parte do dia na praia, mas nao vou voltar para o Brasil muito queimada, porque fico o tempo todo embaixo da sombra, o sol e' muito forte aqui!!
Andar pela cidade e' bem tranquilo, me sinto segura e posso sair a noite sem problemas, normalmente para jantar, porque nao tem muito mais do que isso para fazer aqui. Dizem que na alta temporada, que e' dezembro e janeiro, as praias do norte de Goa lotam e tem festa todas as noites.

No fim de semana eu tive companhia de uma brasileira, ela e' da Aiesec e aproveitou que eu estava em Goa e veio passear por aqui. Mari, o nome dela, gaucha e esta' na India trabalhando.
Ela chegou no sabado e tudo o que fizemos foi curtir uma praia, ate' o sol se por, e de noite fomos jantar em um dos restaurantes na beira da praia.
No domingo fomos passear um pouco pelo Estado. Nosso destino era Panaji, atual capital do Estado e Old Goa, a antiga capital. Pegamos entao um onibus em Arambol e fomos para Mapusa, 50 minutos so... de la' pegamos outro para Panaji, mais rapido, gastamos apenas 15 minutos.
Chegando em Panaji resolvemos pegar um tour, ele dava uma pequena volta por Panaji e depois seguimos para Old Goa.
Panaji e' uma cidade grande, com casas estilo portuguesas, e ainda e' possivel encontrar algumas poucas pessoas que falam portugues, mas muito poucas mesmo.
Ja' Old Goa e' uma cidade morta, ninguem mora mais la', todos os predios sao historicos. As pessoas vao, passam o dia, conhecem as igrejas, que por incrivel que pareca estao conservadas e algumas sendo restauradas. Isso e' algo dificil de se ver na India...
De Old Goa fomos visitar alguns templos hindus, que sao bem diferentes dos outros que eu vi, acho que tem alguma influencia da colonizacao portuguesa nisso tambem, porque a Mari mora no sul da India e disse que tambem eram diferentes dos que ela ja' havia visto.
O fim do passeio foi em uma praia no sul de Goa, praia mais movimentada que Arambol, com mais turistas indianos, o que significa muita gente de roupa na praia. E vacas, e' claro!!

Cheguei em Arambol de volta ja' no fim do dia e nao fiz muita coisa. A Mari, de Panaji voltou para Bangalore.
Resolvi ficar por aqui e relaxar ate' a quarta, na quarta-feira a noite eu vou para Mumbai, a maior cidade da India e uma das maiores cidades do mundo. Vou ficar la' so na quinta, porque na sexta-feira pelo meu voo de volta para o "Velho Continente".

Tenho gostado dos meus dias em Goa, realmente tem sido bom pra relaxar, mas como e' India, sempre tem a desorganizacao que reina nesse pai's... rsrsrs

Depois eu coloco fotinhas pra voces verem.
Beijos!!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

de Udaipur para Goa

Fiz uma looongaaa viagem!

Sai de Udaipur na tarde de terca-feira e cheguei em Mumbai na manhazinha da quarta.
A viagem foi a mais tranquila de todas, o onibus era bom, mais confortavel, mas como toda a viagem na India, balanca que 'e uma beleza, parece que os onibus aqui nao tem amortecedores... nao sei como isso funciona.

Cheguei em Mumbai era umas oito horas da manha. Como nao queria dormir uma noite por la' fui logo procurar uma agencia que vendia passagens para Goa. Descobri que so' uma companhia faz onibus sleeper para Goa, e a viagem dura cerca de 14 horas, entao tem que ser sleeper... e pra melhorar, todas as camas sao duplas, como viajar com um indiano do meu lado nao e' uma coisa la' muito recomendavel, acabei comprando os dois lugares.

Bom, passei entao o dia inteiro em Mumbai. A cidade e' bem grande e nao tive tempo para ver muita coisa, dei uma volta pela regiao de Colaba e do Forte, vi alguns predios e um evento que ocorreu em uma praca da cidade em prol a` uma instituicao de cancer.
Isso levou quase o dia todo, e claro que parei para comer nesse meio tempo, entao quando vi ja' eram quase 4 horas da tarde, como nao dava tempo de ver mais nada, segui para o onibus.
Nao muito confortavel, nao sei como cabem duas pessoas naquela cama, ainda bem que comprei uma so' pra mim. Acabei levando a minha mochila junto comigo, mais seguro. E eles cobram 20 rupias para voce levar a bagagem no bagageiro, eu tinha um lugar sobrando mesmo, rsrsrsrs

Logo que a viagem comecou conheci um casal de australianos que estao rodando por 2 meses, estiveram mais ou menos nos mesmo lugares que eu estive no sudeste asiatico, conversa vai conversa vem eles contaram que os planos sao de viajar por 2 anos!!!
Conheci tambem dois coreanos gente boa, estao viajando so' por 3 semanas, e' a viagem de graduacao deles!

Goa e' um estado indiano que foi colonizado pelos portugueses, quase ninguem fala portugues por aqui, mas tudo e' diferente do resto da India. Goa e' conhecida pelas suas praias e muitas festas, dizem que e' o Estado das festas na India.
Entao foi dificil achar um lugar para ir, porque estou cansada e procurando um lugar para relaxar antes de voltar para casa.
Depois de muito conversar com muitos viajantes e locais acabei vindo parar em Harambol, pequena vila no norte de Goa. O lugar e' meio mistura de roca com praia, depois conto mais da cidade.

A viagem de Mumbai pra ca' foi meio tranquila, o problema maior e' que o motorista do onibus fazia as curvas sem freiar muito, entao quase cai da cama umas 5 vezes... de resto, foi tudo tranquilo.
O onibus vai ate' Mapusa, cidade no interior do Estado, la' junto com os coreanos, dividimos um taxi, com mais uma alema e um casal de holandeses.
Ainda nao sei como coubemos todos, mas e' melhor do que pegar um onibus publico e ainda andar 1.5km...

Cheguei bem a Harambol, achei um lugarzinho confortavel e ainda nao fui a praia, vim dar noticias, a proxima parada vai ser praia, relaxar e curtir um pouco do sol. Aqui esta' bem quente!!!

Depois venho contar mais de Goa e da praia!

Beijos!!!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Udaipur

A viagem de Pushkar para Udaipur foi mais uma aventura na India.
Como a viagem seria longa, a noite toda, preferi viajar de onibus, tem preferido onibus para viagens noturnas e trem para as durante o dia.
Bom, comprei meu onibus, Pushkar-Udaipur, tendo que trocar de onibus em Ajmer (cidadezinha proxima, a mesma da historia da ida para Pushkar). A viagem para Ajmer foi tranquila, e quando chegou la' comecou a parte "engracada". Paramos na entrada da cidade, e todos que nao iriam para Delhi tiveram que trocar de onibus. Aparentemente ficariamos esperando ali por 1 hora, quando o nosso onibus chegaria... 1 hora depois e nada, ate' que me aparece um cara perguntando quem iria para Udaipur, eramos 3, e ele estava em um carro, tipo um GOL, com mais 3 pessoas, impossivel cabermos todos e nossas bagagens..., depois de muito empurra-empurra, fomos os 3 estrangeiros, o motorista e mais um homem no carro ate' onde estava o onibus.
Chegando la' tinham 2 onibus, e ate' achar alguem que nos informasse qual era o nosso onibus, la' se foram uns 15 minutos. Problema resolvido, entrei no onibus, meu bilhete era sleeper, entao sem problemas viajar a noite, cama para dormir e tem sido seguro viajar assim, ate' que veio o problema, nao tinha lugar para a bagagem, entao fomos eu e a mochila juntas na tal cama, ainda nao sei como coube tudo, porque nao e' uma cama grande, tipo, uma pessoa mais gordinha teria problemas... rsrsrs
No fim deu tudo certo, nao deu para dormir a viagem inteira mas nao cheguei a Udaipur muito cansada.

Falando da cidade...

Udaipur e' a cidade mais bonita da India ate' agora, e provavelmente a opiniao nao mudara' muito, ja' que faltam so' mais 2 destinos na India.
A cidade, para os padroes indianos, e' limpa, nao tao barulhenta. As pessoas sao mais simpaticas e tem lugares bem bonitos para visitar.
Aqui tambem tem um lago, poluido e meio seco, dizem que nem sempre foi assim, e que na epoca dos marajas o lago era um dos lugares mais importantes da cidade, tanto que foram construidos 2 castelos la', mas mesmo sendo poluido, as pessoas tomam banho e lavam roupas nele, coisas da India.

Aqui tem o palacio mais bonito da India, lindo mesmo, um lugar que vale a pena visitar.
Udaipur e' considerada a cidade mais romantica da India, e muitos famosos e pessoas importantes vem casar aqui, nesse antigo palacio, que hoje funciona como um museu, que conta a historia da cidade.
E como agora e' temporada de casamentos, uma pessoa importante da sociedade de Mumbai veio casar aqui ontem, resultado, o castelo estava todo enfeitado para o casorio e a noite foi barulhenta, muitos fogos de artificios e batucada, pena que nao dava para ver a cerimonia.

Aqui em Udaipur vi uma manifestacao da cultura indiana bem diferente. Algo meio parecido com a macumba brasileira.
Quando o cortejo passou, com a banda tocando uma musica compassada na frente, so' mulheres, algumas com um vaso de flores na cabeca, fazendo movimentos com o corpo, algo como se estivessem recebendo um santo (no caso da macumba), elas quebravam um coco com o vaso na cabeca, entao apareciam os homens e jogavam a agua do coco dentro do vaso... fiquei olhando sem entender o que estava acontecendo. Tinham alguns turistas em volta, perguntei mais ninguem sabia o que estava acontecendo, entao achei um indiano que me explicou.
Ele disse que um homem estava morrendo, e aquelas mulheres estavam recebendo os bons espiritos, que garantiria a boa passagem do homem. Aquilo iria se repetir todos os dias, ate' que o homem enfim morresse. Bom, ele nao morreu ainda, minha passagem por Udaipur esta' sendo de 3 dias, e todos os dias o cortejo passa...

Hoje no fim da tarde sigo para mais uma aventura, quero ir para Goa, como nao tenho como ir direto, vou para Mumbai, mais uma viagem de noite inteira... chegando la' vou tentar comprar uma passagem para Goa, outra viagem de noite inteira.
Depois eu conto como foi, rsrsrs

Agora, algumas fotos de Udaipur para voces:

A cidade:





Um dos muitos templos de Udaipur:



O lago:





O palacio e os enfeites pro casamento:










o cortejo:





Ate' Goa!!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Shiva day e Pushkar


Pushkar e' uma cidadezinha na India, pequena e muito agradavel, ate' agora eu poderia dizer: "Se tem um paraiso na India, ele se chama Pushkar".

A viagem pra chegar aqui nao foi la' a das melhores, mas no fim compensou.
As pessoas aqui sao mais tranquilas, a cidade e' mais limpa e o mercado.... da' vontade de comprar tudo!!!!

Cheguei aqui e passei alguns dias a` toa, andando pela cidade, vendo os ghats, os templos e tentando descobrir o que aconteceu com o famoso lago que tem aqui, que normalmente tem agua, mas esta' seco....
O lago e' sagrado pra eles, como o Ganges, as pessoas vem se banhar para purificacao, mas agora esta' seco, com umas pequenas piscinas represadas com aguas, para as pessoas se banharem.
O que eu descobri sobre o lago e' que as aguas foram contaminadas com algum tipo de produto e os peixes morreram, deixando um cheiro nada agradavel na cidade, entao tiveram que secar o lago, agora, pro lago continuar sendo sagrado, eles estao esperando a temporada das monsoes, para que as aguas das chuvas possam encher o lago.

Quando cheguei a Pushkar tinha pensado em ficar 4 dias, mas fui gostando da cidade e das pessoas que fui conhecendo que acabei resolvendo ficar um pouco mais por aqui, principalmente quando eu descobri que ontem (sexta-feira) era o dia de Shiva, e muitas comemoracoes iriam acontecer na cidade.

E valeu a pena ter ficado aqui pra ver isso. As pessoas vao para as ruas, cheia de oferendas pra Shiva, e durante todo o dia, cortejos das lojas, familias, restaurantes, hoteis... saem pela cidade comemorando o deus Shiva. As criancas se fantasiam e os adultos tambem, muitas flores sao jogadas e muita musica o dia inteiro. Os festejos comecaram pela manha, com as oferendas e seguiram durante a tarde ate' a noite com muitos cortejos e bandas por todas as partes da cidade.
E uma coisa me impressionou bastante, depois dos cortejos vinham as mulheres varrendo as ruas... um pai's que sempre me agonia pela sujeira das ruas, nessas horas me surpreende!!!

Hoje estou deixando Pushkar e indo para Udaipur, minha ultima cidade na regiao do Rajastao.

Meu conselho, se vierem a India venham a Pushkar, adimire os ghats, olhe e compre no mercado, visitem os templos, principalmente o de Brahma, que existem poucos no mundo, e comam uma deliciosa salada de frutas (que era meu cafe' da manha) na barraquinha no Sonu Juice Shop, deliciosa!!!!

Agora, fotinhas de Pushkar e dos festejos:

o mercado em Pushkar:






o lago, ou o que deveria ser o lago:



os macacos tambem sao sagrados, e estao por todos os lados:



os ghats e os templos:
(sem fotos do templo de Brahma, nao pode...)



a lojinha da salada de frutas:


as oferendas pra Shiva:


e no fim do dia a vaca comendo as oferendas:


os festejos do dia de Shiva:









as mulheres limpando a rua: