Voltando a falar sobre me sentir em casa e tudo que pode envolver esse tema...
Como disse no último post, eu fui pra Vitória, ou pra casa. E realmente eu fui pra casa. Mesmo não tendo mais quarto, cama e armário. Ou ainda trazendo uma enorme mala com muitas das minhas coisas que ainda estavam lá (e por sinal, essa cena ainda vai se repetir algumas vezes, eu não imaginava que tinha tanta coisa assim).
Ao desembarcar no aeroporto de Vitória pela primeira vez desde que me mudei pra São Paulo, tive uma sensação parecida com a que eu tive quando voltei da minha viagem. Sensação de chegar a um lugar tão conhecido e comum a mim. Com uma vontade de olhar a minha volta e reconhecer tudo. Mas tive também algumas percepções diferentes. Como sentir a úmidade do ar imediatamente ao desembarcar, o cheiro diferente no ar, o vento característico da praia, e mesmo com dias não tão bonitos e de céu aberto, apreciei o céu de Vitória como eu provavelmente nunca havia apreciado antes.
De todas essas novas impressões ou percepções da cidade, a que mais me marcou, foi sem dúvida o cheiro do ar. E então me lembrei de uma conversa que eu tive há pouco tempo, em um dos meus primeiros dias de chuva em São Paulo.
Estava trabalhando e começou um chuva forte, alguns minutos depois da chuva iniciada me dei conta que estava tentando sentir o cheiro característico que a chuva tem pra mim, mas esse cheiro não aparecia no ar. Virei pro meu gerente e disse: "Aqui a chuva não tem cheiro de chuva." Ele me respondeu que já tinha passado por isso também, mas que em São Paulo não tem terra pra cheirar a chuva. Pensei mais um pouco sobre isso, e quando um outro colega do trabalho chegou na sala perguntei: "Qual o cheiro da chuva pra você?" E tive como resposta que a chuva não tem cheiro... Estranho?? Pra mim foi. E esse fim de semana em Vitória, com novas percepções de cheiros, me fez pensar que lá pode ser sempre minha casa, e que isso não impede de São Paulo também ser minha casa, que também poderá me trazer sensações e recordações.
E então, talvez seja mais fácil definir o que é se sentir em casa, e mais difícil pra quem nunca esteve "fora de casa", entender o que é isso.
Obrigada a todos que continuam me acompanhando aqui.
Obrigada a todos os amigos que lembraram do meu aniversário, especialmente Aline, Dudu e Elisa, que mais uma vez conseguiram encurtar a distância!
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